divendres, 25 de setembre del 2009

Professor

Sou professor. Trabalho no ensino há sete anos já. E cada curso, cada instituto, cada lugar é assim tão diferente. Estamos nos primeiros dias de aula. Os meninos ainda não me conhecem. Eu também não a eles. Me indagam. Alguns tem vergonha e abaixam os olhos quando reparo neles. Outros fitam sem medo. Os olhos perguntam, penetram, sentem curiosidade. Há quem, diretamente, desafia. Os professores, quem sabe porquê, somos os representantes desse mundo que os oprime.
A passada semana foi difícil ir trabalhar. Sentia vergonha, uma vergonha muito pesada. Custava olhar nos olhos de qualquer um, grande ou pequeno. Acho que alguns alunos repararam. É didícil demais ocultar fraquezas. Houve um, que me olhou tão profundamente, e com uns olhos verdes tão transparentes, que tive vontade de me confessar com ele.
Hoje um menino se aproximou à mina escrivaninha. Percebi o seu cheiro a roupa limpa, cheirosa. Imaginei como era sua mãe. Lembrei-me da minha. Me deu um papel dobrado, fez um sorriso sincero e voltou para seu lugar. O abençõei em silêncio.